Serra do Cipó
terça-feira, 29 de maio de 2012
Pedra do Elefante
Gigante Pela Própria Natureza...Parte 1
(Vista da Pedra do Elefante, Petrópolis - Rio de Janeiro)
Surpreende pela grandiosidade desta montanha de granito, que a Natureza nos presenteou com seus 500 metros de altura e milhares de boulders que nada mais são do que seus pedaços intemperizados, incluindo um bloco de aproximadamente 8 metros de altura que nos oferece high balls negativos e técnicos, e vias esportivas curtas. Como se não fosse suficiente, a Montanha nos apresenta algumas fendas sólidas, grandes paredes aparentemente factíveis, aderências, agarras, costões, negativos, positivos, e uma caminhada ao cume alucinante. A cada dia, novas surpresas!
Claro que ela também mostra seu lado tenebroso, indispensável ao nosso esporte (hehe), como algumas pedras soltas, gaviões, cobras, aranhas (até uma jaguatirica!), e, eventualmente, temporais assustadores (típicos da região).
Ou seja, perfeito pra quem se amarra na verdadeira aventura vertical!
Perfeito para os caras que chegaram ao local há 14 anos atrás e começaram a conquistar uma via (“Raja Begun”) em direção ao cume no centro da face norte do paredão. Os garotos daquela geração, famintos de adrenalina, investiram até quase o meio da parede, conquistando 6 enfiadas.Entre eles, Márcio "Buzina", Ralf Côrtes e Flávio Daflon.
Depois disso, a dispersão dos projetos pessoais levou ao abandono temporário da primeira via daquela face da Pedra, que certamente não fora esquecida por alguns deles.
Ralf retorna, 9 anos mais tarde, com outros figuras (Antônio Occhiuzzo e Mateus Reis) e outros projetos... Conquistam algumas paredes, e o Raja ainda parado, esperando uma reforma dos grampos de 3/8 mal batidos para os de ½ polegada... Nessa, e já querendo migrar para as montanhas (clima ameno e melhor aderência pras mãos), Ralf resolve procurar terreno e... onde encontra?! Exatamente no Vale do Taquaril, no local mais próximo da base da Pedra do Elefante (que localmente é chamada de Jacuba). Parece o destino! Atraído misticamente pela Montanha, Ralf contamina sua companheira (Ana Alvarenga) com a obsessão elefântica, e inicia, em 2005, uma consciente, ética e verdadeira colonização de sua base, encontrando várias possibilidades, e, finalmente, retomando o projeto Raja, que deu bastante trabalho por causa da reforma. Resultado: hoje estão abertos 3 setores de esportiva, totalizando 23 vias, do 6º ao 10º graus, entre fixas, móveis e mistas, 8 vias vias de parede chegando ao cume, 6 paredes médias (não chegam ao cume), fora os boulders . “Raja Begun” é a menina dos olhos devido a sua impressionante verticalidade, estando com 12 enfiadas variando do 5º ao 8º graus cotada em E2 e concluída em sua 15ª enfiada . As trilhas para a base recebem manutenção periódica e são acessadas pelo sítio Abrigo do Elefante, que fica no Km 2 da Estrada do Taquaril, a mais ou menos 16 quilômetros de Itaipava, em Petrópolis (veja mais abaixo como chegar). Deve-se, inclusive, estar atento para o cuidado com as áreas da base da montanha, pois são todas particulares e contendo nascentes, e seus donos são rigorosos na sua conservação.
O casal se instalou definitivamente no referido sítio, e começou literalmente a trabalhar o local para deleite próprio e, consequentemente, de todos os escaladores que o curtirem, esperando que estes venham com o mesmo espírito de diversão e respeito de que se muniram para prepará-lo. Foi assim que, a partir 2005, eles se engajaram num programa de reflorestamento (900 mudas até hoje) e preservação de espécies, da água e do solo, em troca do divertimento que a Natureza lhes proporciona. O Abrigo, antes um casebre onde só se ficava de barraca, hoje contém 6 beliches, uma cozinha, um banheiro, um espaço de vídeo e um murinho de escalada. Foi reformado de forma bem aconchegante, mas sem perder seu estilo rústico, proporcionando um ambiente amigável onde se respira pedra.
Texto retirado do site (www.abrigodoelefante.com), mais infos podem ser encontrados no site, como croqui equipamentos e hospedaria.
A Pedra do Elefante fica localizado na Serra de Petrópolis no distrito Posse, Bairro do Taquaril, Petrópolis é uma das mais belas cidades da região serrana do Rio de Janeiro. Para ir de carro siga as instruções no mapa.
De ônibus, pegar o Rio - Petrópolis, depois Petrópolis - Posse, Petrópolis - Areal, ou Petrópolis - São José, devendo-se saltar na entrada do Taquaril (Cachoeira bar) e subir 2 Km a pé até o Abrigo.
Eu tive a oportunidade de conhecer a pedra do elefante, infelizmente na primeira não pude escalar pois uma grande queimada se alastrava nas proximidades da Pedra e era só uma questão de tempo para chegar no abrigo, com toda aquela situação não poderia escalar vendo os amigos tentando apagar o fogo então fui ajudar no combate, voltei para o Rio de janeiro com a maior vontade de sentir a textura da rocha nos meus dedos, sempre pensava em voltar o mais rápido possível a serra, mais com alguns projetos para finalizar e trabalhos correndo a milhão, tive que esperar um bom tempo para retornar ao abrigo, já na segunda oportunidade que apareceu de ir a serra, pude experimentar a rocha e o estilo da escalada na pedra do elefante, só tem uma palavra para descrever, SENSACIONAL, como meu tempo estava curto só deu para fazer uma uma via esportiva de 60mt, já deu pra sentir o que o lugar guarda, o nome da via é Urutu 7b na graduação brasileira, lindo, uma linda chorreira de 60mt que serpenteia da base ao cume, por isso o nome Urutu, esse “veio de rocha” corta a parede até o teto fazendo uma linda variante para a via Quebra cabeça, que também está na lista. Sem falar nas vias Escoliose, Feijoada Arrumada, colheita maldita e por ae vai.
Urutu (7b)
Para quem gosta de brincar com o equipamento móvel também faz a festa, a via xodó da vovó ( 7b )é a via mais estética em termos de fenda e a via "Ni'um Homizin" conquistada somente por mulheres tem 9 enfiadas variando do II ao VI graus, com muitos IIIs e alguns IVs, um lance de V e um crux de VI para chegar no colo do Elefante, de onde se acessa o cume caminhando. A via possui aproximadamente 32 grampos, e pede proteções móveis na 1a enfiada.
Flavio Daflon na Xodó da Vovó.
Ana Alvarenga na primeira enfiada da "Ni'um Homizin"
Pra quem ama a Barrinha, olha só o que o Tiago Balen deixou no lá na pedra do elefante.
Tiago Balen na Kpial (9a)e Agroboy Fotos: Odilei Medeiro
"Tsá" (9c)
Para que todo pico seja completo, ele tem que ter vias esportivas, vias tradicionais, tradicionais em móvel e claro que não poderia deixar de ter Boulders, senão não é completo fala ae? mais tem também uai..
Ralf Côrtes
Já estava na expectativa de voltar na Pedra do Elefante, depois deste post acho que não vou nem conseguir dormir direito, volto a Serra no dia 31/06 e espero ficar até o dia 06/06. Estou sentindo que tudo está a favor, sem incêndios, parceria certa, é só chegar o dia e gritar...cuuummmeeee!!
Boas Escaladas
Sergio Ricardo
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Maillon Rapide (Malha rápida)
Estou em uma chapeleta e não consigo progredir, e preciso limpar a via!!! O que fazer,ligar 193?
Infelizmente nesse caso o 193 (bombeiros) não poderá te ajudar. Quem nunca passou por uma situação dessa? É comum quando vamos em novos setores de escaladas entrar em uma via e em um determinada ponto não conseguir progredir, são vários os fatores que pode levar a isso, o grau é mais forte e é impossível artificializar o lance pois a próxima chapeleta está muito alta, Fadiga, ou até mesmo dor de barriga. Vai saber, no inicio da semana ouvi bastante isso!!!
Bom a opção mais simples é voltar a descer em top rope deixando as costuras e pedir a alguém para recuperar, ou recuperá-las mais tarde, quando se sentir melhor, tentar fazer a via se tiver tempo ou usar uma outra via perto dela se for mais fácil e permitir que isso seja feito. Se nenhuma destas soluções for possível, como descer desequipando e limitando os riscos ?
É bom ter sempre um Maillon rapide no bauderier não pesa, é barato em relação a um mosquetão e salva na hora da dor de barriga!! pode ser colocado na fita na parte de traz do bauderier onde geralmente usa-se para colocar a corda retinida, alguns colocam o saco de magnésio.
Descer de um só ponto de ancoragem?
Na medida em que é difícil saber a solidez de uma chapeleta instalada na rocha, algumas ações devem ser tomadas para minimizar os riscos, no caso de ruptura de um ponto fixo.
Top rope (baldinho) ou rapel?
A técnica de top rope (baldinho) é prefirivel já que permite ao escalador manter-se encordado durante o processo de descida. Já o rapel em caso de uma parede negativa deixará o escalador afastado e portanto perderia o contato com a rocha e não sendo possível recuperar as costuras.
Técnicas de recuperação em top rope (baldinho. Instalando o Maillon Rapide.
Apoie os pés rocha para libertar a tensão na costura. Instale um maillon rapide na chapeleta, passe a corda no maillon rapide e aperte a rosca, retire a costura e desça em top rope para retira as próximas costuras.
Digamos que está chapeleta não esteja bem instalada, ou por intemperes da natureza esteja duvidosa, como evitar uma queda grande ou até um acidente em caso de ruptura do ponto fixo.
Certamente se isso acontecer o escalador irá parar na próxima costura, mas devido a sobra de corda ele poderá bater no chão. Para que isso seja feito com segurança, existe uma técnica fácil e eficiente na hora de descer.
Observações.
- Queda travada
- cordelete e corda intactos
Veja como confeccionar o nó Prussik.
Está técnica pode ser usada também mesmo quando o escalador faz a via até o fim e optar por descer de top rope, o famoso baldinho. Muita gente pensa que os “falésistas” fazem o baldinho por não saber montar um rapel, na verdade nas vias esportiva as parede são muito negativas e o rapel para limpar a via é impossível, e limpar a via de top rope, ou seja um segundo escalador sobe retirando as costuras é mais suscetível ao acidente pois não haverá pontos de backup para o rapel, embora seja muito difícil a ruptura de um ponto fixo na rocha, mais vai saber né!!
Abraços e boas escaladas
Sergio Ricardo
terça-feira, 15 de maio de 2012
Tibloc da Petzl, para que serve e como usar?
Tibloc e suas funções
Em grandes vias, certas situações podem-se complicar rapidamente e tornarem-se delicadas. Por exemplo, a saída de um negativo quando se perde o contato com a parede, o guia cai e acaba de ficar pendurado sob o teto, é impossível agarrar a corda ou a rocha, ou ser decido de baldinho (a corda não chega), ou por conta da negatividade da parede o guia se afasta mais ainda da rocha. A única solução é ser autônomo e subir pelos seu próprios meios na corda. Em um curso básico de escalada em rocha aprendemos a técnica de ascensão em corda fixa, usando dois prussiks e duas solteiras e uma fita para fazer um degrau.
Prussik
Uma solteira será usado no prussik de cima e a outra no prussik de baixo com uma fita anel para se usar como degrau, é importante regular o tamanho das solteira, nem muito grande nem muito curto para poder realizar o movimento de subida.
Já com o tibloc da petzl é nescessario conhecer o equipamento e sua função, de nada adiantara ter um aparelho em seu bauderier e não saber usa-lo. O tibloc tem varias funções, pode ser usado para dar segurança no caso de esquecer ou perder um freio, jumarear ou até ajudar para içar haul bag, mas a função aqui nessa matéria é de como usar para jumarear, sair do perrengue.
Tibloc Petzl
1-Instalar o Bloqueador Tibloc com a ajuda de um mosquetão com segurança, faça um nó em uma fita anel de 120cm e coloque no mosquetão junto ao tibloc este servirá de pedal, coloque uma custura expressa no anel de cima do nó. O comprimento do anel é nescessario para que possamos apoiar o pé para poder subir.
2 – Fique em pé no degrau para fixar a costura em seu bauderier (cadeirinha) está manobra permite criar folga suficiente na corda entre o nó de encordamento e o Tibloc. Com mosquetão de segurança coloque o aparelho de segurança REVERSO, em modo reverso no bauderier, e retire toda a folga da corda. Fique em pé na fita para tirar a costura expressa , ao sentar-se ficará em tensão no reverso.
Sistema pronto, é hora de iniciar a subia, lembre-se é inútil tentar subir rápido demais, o importante é descobrir o seu ritmo.
3 – com corda recolhida e sentado no reverso, o Tibloc fica livre para correr na corda, empurre o Tibloc o máximo que seu braço alcance sem se esticar demais pra cima, fique em pé no degrau, nesse ato a corda folgará, recolha a folga de corda e fique em tensão no reverso e repita a manobra até sair do perrengue.
Importante: Durante toda a subida mantenha constantemente o polegar no Tibloc.
Serra Do Lenheiro
Para quem conhece sabe que esse é o melhor pico para praticar a escalada em móvel, e para quem não conhece vale a pena conferir. A serra do Lenheiro fica localizado na cidade histórica de São João del Rei, e abriga o melhor pico de escalada em móvel do Brasil conhecido como 3 pontões. Fissura de dedos, mãos, diedros, off-width (fenda de meio corpo), chaminés, tem de tudo pra quem gosta de escalar em móvel e pra quem quer aprender a escalar esse estilo, vias de 4º grau a 7º grau pode ser feita todas em móveis, nos 3 pontões existe apenas uma via toda grampeada, e algumas mistas em um dia é possivel escalar varias vias.
Para os escaladores mais avançados e ousados existem vias que exige fisicamente e psicologicamente, as vias mais difíceis dos 3 pontões são, O Grande Encontro 8b(Br), 5.12b(EUA), 7b(Fr), Sublime Inconsequência 7c (Br), 5.11d, 7a, Rio Minas 8a (Br) 5.12ª, 7a+. O Casca Grossa programa especializado em esportes de aventura, foi conferir a primeira repetição da via O grande encontro,realizado pelos escaladores Sergio Ricardo de Lavras MG e André Moraes Varginha MG, a via foi conquistada por Gustavo Piancastelli e Eliseu Frechou. Confira o video.
http://www.cascagrossa.com.br/video.php
Na Serra do Lenheiro também é possível praticar a escalada esportiva, nos setores Ave Maria e Pedra Negra, com vias de graduação 4º a 8º grau na graduação Brasileira.
Quando for a Serra do lenheiro não esqueça de levar seu crash pad, existem muitos Boulders já abertos e muitos para abrir.
Highballs
Infelizmente os 3 Pontões estão fechados para civis por tempo indeterminado, ha especulações de que será reaberto para civis em agosto, não sabemos qual o motivo do fechamento, mais os 3 pontões é uma área militar para treinamento de montanha dos soldados do exercito brasileiro, mas as outras áreas da Serra o acesso é livre e vale a pena conhecer.
Boas escaladas...
Sergio Ricardo.
Assinar:
Postagens (Atom)