Serra do Cipó

Serra do Cipó
Sinos de Aldebarãn 8c

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Uma escaladora morre por não montar corretamente o sistema de auto segurança

No domingo da semana passada, precisamente dia 22 de setembro, a escaladora de 52 anos nascida na cidade texana de irving, Susan Mailloux, faleceu no rocódromo Summit Climbing Gym da população de Grapevine, também no texas, a causa da queda de uma altura estimada entre 25 a 30 pés ( de 7 a 9 metros ) segundo informações locais. Eram cinco da tarde quando os serviços de emergência prestaram os primeiros socorros no local, e pouco depois, a acidentada foi transportada em helicóptero medicalizado até o hospital Parkland Memorial de Dallas, onde foi certificado o seu obito.

Segundo as declarações feitas por policiais, Susan que estava acompanhada do noivo, escalava sem SUPERVISÃO utilizando um sistema de auto de sgurança. Ela não fechou corretamente o mosquetão do sistema em seu Bauderier.

Sempre que for escalar, seja na rocha, ou em academias de escalada, onde é necessário o uso de equipamento de segurança faça sempre a checagem dupla em você e em seu parceiro, e peça que ele faça o mesmo com você. Segurança é bom e mantém você vivo, fica a dica.

Abraços e Escale Seguro!


Melhores informações podem ser encontrado no site da Desnivel.com, com um video do referido sistema que não existe aqui no Brasil.



segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Shangri-la, novo setor de escalada esportiva em São Tomé das Letras é a novidade para o festival 2013

São Tomé das Letras é uma pequena cidade do interior de Minas Gerais e é um dos roteiros de escalada que todo boulderista ou não boulderista deveria conhecer, por seus vários e perfeitos blocos que existem para a pratica de boulders e alguns tetos para escalar com corda, que não é nada mais que um boulder gigante sendo necessário o uso de corda. Tem escalada para todos os níveis, desde o 5º grau (br) 5c (fr), até o 9º grau (br) 7c (fr).
Emilio no Classico "Kamikaze"V5


Em São Tomé também rola um dos maiores festivais de boulder do Brasil, além de ser conhecido também, pelas cachoeiras, artesanatos, misticismo, exoterismo e UFO. Mas nesse ultimo final de conheci um pico novo em São Tomé, chamado Shangri-la. Na verdade eu já conhecia o pico, por ter vários boulders ao lado de uma pequena queda D'Água onde formam varias banheiras naturais, perfeito para os dias quentes de verão, não existe nada melhor que um pico de escalada bem ao lado de uma cachoeira, escalar muito e repor as energias.

Escaladores No Festival, Foto: Eliseu Frechou

Mas agora além dos boulders, tem diversão para quem gosta de vias longas, Shangri-la é a falésia para quem gosta deste estilo, para a galera que quer vias de bombar o braço, e com crux de força e até dinâmicos de literalmente voar na agarra (estilo que ultimamente tenho logrado bastante cadena..) também pode desfrutar de uma escalada de qualidade absurda, e rocha com uma textura incrível e com fácil acesso a cachoeira, na minha opinião o pico é 5 estrelas. O lugar é totalmente novo, e o escaladores locais, Fabiano, Tiago, e João Batista estão fazendo um ótimo trabalho de desenvolvimento na falésia. O setor do Shangri-la já conta com mais ou menos 14 vias que vai do 6sup até projetos sem FA (first ascent ou primeira ascensão). Eu tive a oportunidade de fazer o primeiro FA da via Lasca, um possível 9a/9b (br) 7c/7c+ (fr). Também isolei os lances da via Faixa de Gaza, um possível 9b/9c (br) 7c+/8a (fr), que até então está sem cadena. Sem falar nos 8º e 7º(br) que já tem cadena e são incríveis também. É bom para consolidar o desenvolvimento do pico, outros escaladores de ir conhecer as vias do Shangri-la, principalmente para ajudar a graduar as vias, como São tomé é uma cidade do interior de Minas Gerais, muitos escaladores preferem ir apenas nos festivais e dedicar aos boulders, pois realmente esse é o principal atrativo de escalada em são tomé. Mas garanto que quem for conferir o que estou dizendo, vai voltar sorrindo até o canto da orelha..!!
Fabiano Trabalhando a via urubu Rei - Projeto


Fabiano nos trabalhos



Urubu Rei - Projeto

O próximo festival de São Tomé será realizado nos idas 11,12 e 13 de outubro de 2013, e quando for não deixe de conhecer o shangri-la, com certeza é um picos de escalada esportiva que vale a pena conferir, e pra quem já conhece os boulders e o Festival de São Tomé, está ai mais um motivo para não perder o festival desse ano, leve sunga e protetor solar, a melhor hora para escalar é de manha bem cedo, ou a tarde por volta das 14h , para descer da via é mais seguro se for corda de 60mt, ou vai ficar no perrengue como na foto.

 
Fabiano com a ponta da corda na mão e Tiago descendo da via Menina Veneno 8c(br)


Valeu Fabiano, Pedro e Tiago e toda turma por estar sempre nos “corres” do desenvolvimento da escalada em São tomé da Letras e região, e toda a galera que estava lá presente, e ao Flavinho que foi o grigri de ouro na minha cadena da via lasca...

Turista na cachoeira e falésia ao fundo


Boa semana e treinos.

Sérgio Ricardo



sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Cocalcinhas, Um evento mais Florido do que Holambra...

A escalada no Brasil vem crescendo, novos picos estão sendo descobertos, galera vem trabalhando duro como é o caso de Araxá na Serra da Bocaina, Arcos no Rastro de São Pedro, Chapada Diamantina e Igatu na Bahia, e até mesmo na Serra do Cipó. Claro que nem tudo é um mar de rosas, todos os picos que estão em desenvolvimento na maioria da vezes são os próprios escaladores que investem seu dinheiro e seu tempo para que esse desenvolvimento aconteça, pois se não for nós quem fará por nós? E não tem retorno a não ser pessoal, de saber que seu trabalho e tempo foi gasto em prol do esporte que praticamos com muito gosto e determinação. Toda empresa de equipamento de escalada, seja fabricante ou lojista, precisa desse desenvolvimento somos nós quem fazemos esse mercado existir, quem incentiva os escaladores a gastar suas cordas e sapatilhas na rocha, não é o “estrelinha” mandando uma via no youtube, e nem é o cara que foi parar lá nos confins do mundo para fazer uma via que talvez ninguém irá repetir, ou se houver uma repetição será de um outro “estrelinha” depois de trocentos anos. Isso é um tipo de realização pessoal individual, isso é o mesmo que acontece quando você quer mandar uma via, e treina para que isso aconteça, não tiro o seu mérito pois você se dedicou para isso, mas é um retorno totalmente seu.

Já para as pessoas que desenvolve um pico de escalada o retorno é diferente, além de ser uma realização pessoal, é um retorno para toda a comunidade escaladora, é algo que ficará ali para o resto da vida, todos ganham com isso, eu ganho, você ganha e o mercado de equipamento ganha, pois são os Gironhas, os Peixes, os Feis da vida e vários outros conquistadores espalhados pelo Brasil a fora que dedicam os seu tempo e dinheiro para a escalada existir e continuar existindo, e com isso trazendo novos adeptos que amanha irá comprar equipamentos para escalar.

 Não me entendam mal, não tenho nada contra as pessoas que fazem projetos pelo mundo a fora divulgando o nome das empresas patrocinadoras, tenho vários amigos que vivem desse trabalho, qual escalador não gostaria de poder fazer isso?? Apenas quero atentar pelo meu ponto de vista, as diferenças entre as pessoas que desenvolvem a escalada e pessoas que divulgam a sua escalada individual e seus patrocinadores. Entre essas diferenças, quais dos dois traz mais benefícios aos fabricantes e lojistas? É claro que com tantas marcas que existem no mercado, é necessário o garoto ou garota propaganda. Mas se eu tivesse uma empresa que fabricasse equipamento e quisesse divulgar minha marca, montaria uma equipe de escaladores que faria os dois, divulgação e desenvolvimento, largaria eles em algum pico novo e que tenha potencial, onde, além de desenvolver a escalada naquele lugar, eles fariam videos dos projetos mais difíceis e ainda divulgaria a minha empresa ou marca...Mas como não tenho, fico sonhando com o dia em que algum fabricante Brasileiro ou estrangeiro tenha visão para que isso aconteça, e espero poder participar da equipe..rsrsrs.
Outra forma de fomentar o esporte é através de eventos, onde escaladores de todos os cantos se reúnem para confraternizar e trocar experiencias, além disso os encontros de escalada de alguma forma beneficiam as cidades onde esses eventos são realizados, pois aumentam o movimento dentro das cidades, um bom exemplo disso é São Thomé das Letras em Minas Gerais, quem já foi nos encontros lá com certeza levou um artesanato para casa.

Esse mês acontecerá um evento diferente que me chamou a atenção e que eu não poderia deixar de publicar no Blog, o Cocalcinhas, que está sendo realizado pela Associação de Escalada do Planalto Central – AEP, nada melhor que ver os picos de escaladas bem “floridos”. Achei muito interessante essa iniciativa de incentivar a mulherada a escalar, sem falar que Cocal é um pico de boulder´s uma modalidade onde a participação feminina vem aumentando...ainda bem!!rs.

Cartaz do Evento
O evento visa promover a escalada feminina em ambiente natural. Com o crescimento do público feminino na escalada brasileira, surgiu a ideia de organizar um evento voltado, especificamente, às mulheres. A finalidade é reunir as escaladoras de diversas regiões do Brasil em um setor específico de boulder conhecido por muitos escaladores, Cocalzinho de Goias, onde também é realizado um dos maiores encontros de escalada em boulder o Rockcocal.

Foi dai que o nome Cocalcinhas foi escolhido para denominar este evento. O objetivo é promover a interação, a troca de experiências e a socialização, em um divertido dia de escalada. O Cocalcinhas é uma celebração à força feminina e às mulheres escaladoras, que ocupam espaços cada vez mais importantes no cenário nacional e mundial. As responsáveis pelo evento, Erika Carvalho, Marianna Maroccolo, Luisa Resende, Gabriela Oliveira, Ariana Ribeiro, Mariana Eloy e Isabela Levi acreditam que o sucesso do encontro de 2013 é determinante para a afirmação do evento na localidade e, consequentemente, para a difusão da escalada entre as mulheres.

Luisa Rezende, uma das idealizadoras do evento (Bidedo Magico V4 - Cocalzinho)
 


Bianca Castro ( Revelação na escalada Feminina)










O sucesso do encontro de 2013 é determinante para a afirmação do evento na localidade e, consequentemente, para a difusão da escalada entre as mulheres. Por meio do Cocalcinhas 2013 será possível angariar adeptos ao esporte, promover a associação e celebrar o estilo de vida da escalada.O sucesso do encontro de 2013 é determinante para a afirmação do evento na localidade e, consequentemente, para a difusão da escalada entre as mulheres. Por meio do Cocalcinhas 2013 será possível incentivar novas adeptas ao esporte. Qual escalador cueca não gosta de ver os picos de escaladas mais floridos??

Programação:


Dia 20/09/13:
- Recepção dos atletas com inscrições na sede do evento. As inscrições são voltadas ao público feminino e dão direito à participação no sorteio dos prêmios, ingresso para a festa de encerramento e camiseta Cocalcinhas para as 50 primeiras inscritas. Do público masculino será cobrado a diária do camping e o ingresso da Festa de Encerramento.

Dia 21/09/13:
- 10:00: Abertura do Evento.
- 10:30: Aula de alongamento na sede do evento com a professora Isabela Levi.
- 11:00 às 17:00: Escalada, prioritariamente feminina, no setor Cocalcinhas. A participação masculina será permitida mediante a caracterização com vestimentas e acessórios femininos.
- 21:00: Festa de encerramento na sede, com participação geral. Sorteio de prêmios.

Dia 22/09/13:

- Escalada livre.



Mais um vez parabéns pela iniciativa as organizadoras e idealizadoras do evento e sucesso para o Cocalcinhas...!!

Só podiam pegar leve nessa parada de homem ter que ir com vestimentas Femininas!!..rsrs...Brinco na orelha conta??


Abraços e Boas escaladas, e escalem com segurança!!

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Rafael Nishimura, exemplo de que dificuldade é para os Fracos

Escalar em Arcos – MG, tem sido muito gratificante, evoluí mais na minha escalada, pois aprendi a escalar em um tipo de Rocha que me dava frio na barriga só de pensar. Quando aparecia trip para escalar em calcário, eu já pensava...putz!! Não vai render...Eu tinha uma dificuldade enorme em escalar no Calcário, porque escorrega, é sem agarra para os pés e a maioria das agarras chaves são escondidas, quem está acostumado com granito qualquer croca é agarra. Dai apareceu o Rastro de São pedro na minha vida, pico que fica a 5 km do centro da cidade de Arcos, e 140km da minha cidade natal. Para acessar a base das vias é muito tranquilo, é quase possível parar o carro embaixo das vias, mas claro que ninguém vai fazer isso né!?! Bom continuando o Post...

Neste final de semana, o Rastro recebeu uma visita muito especial, mais que “gringa” eu diria, a visita foi do grande escalador Rafael “Ningúemsigura”..rsrs. Nishimura, 
Rafael Nishimura

vice-campeão mundial de Paraescalada e atleta do time brasileiro da 5.10 (five ten). Para quem nunca ouviu falar do Rafa, coisa que eu duvido muito... Ele é portador da distonia muscular, uma doença que causa o congelamento dos movimentos durante uma ação, devido a contrações musculares involuntárias, lentas e repetitivas. Mas isso não impediu o Rafa de mandar varias cadenas no Rastro de São Pedro na companhia de seus amigos. Passou o carro nos 5º e 6º graus, claro que em algumas vias ele sentiu o braço bombar, também no ritmo em que ele estava, era até difícil acompanhar para tirar umas fotos (malditos ninjas, mal posso prever seus movimentos..rsrsr).

Claro que com ele não iria ser diferente, o Rafa ficou alucinado com o pico, não só pelo fácil acesso, mas com a beleza do lugar e qualidade das vias que existe no Rastro. 

Rafael aquecendo 
No primeiro dia Rafael e sua comitiva..rsrs, escalaram no setor conhecido como corredor, neste setor predomina vias de 5º, 6º e 7º grau brasileiro depois de ter atropelado as vias desse setor mudaram para um outro setor chamado vale das sombras, adivinha porque esse nome? O lugar é magico como dizia o Rafael, sombra o dia inteiro e aquele friozinho de ar condicionado natural, fino, um lugar realmente diferente de tudo que já vi com vias de qualidade, também na mesma graduação acima.









Já no segundo dia, depois de uma boa noite de descanso mais que merecido, Rafael e sua comitiva já foram direto para um novo setor, chamado 2º andar, um nome merecido, pois é uma outra formação acima dos setores que ficam no chão..Deu pra entender?? Não né! É até difícil explicar, só indo lá e conferindo para entender, lá é calcário, o pico é mega giga de grande daí já dá para imaginar os tipos de formações que existem por lá. 
Rafa dominando o Negativo de um 6º grau

Rafael descansando para a cadena


Infelizmente tive que vir embora no domingo, trabalhar, pois é dele que sustento o meu esporte, mas o Rafa e sua comitiva permaneceu lá até hoje, segunda feira do dia 02/09, fazer o que né!? "Gringo" é assim mesmo, é patrocinado, cheio de fãs, autógrafos...rsrsrs

Bom, ainda no domingo, o Rafa liberou a sua comitiva para escalar também, pois afinal eles mereciam,
Sandra esbanjando talento
André Maeda - Monster of Stones


Rafa encadenando mais um 6º grau

só na técnica!!




Faltou fotos do Michael, todas as vezes que eu o procurava, ou ele já estava no final da via, ou já tinha decido da via...Ninjas..aff!!rsrsrs..

Rafael, foi realmente incrível e magico dividir esse final de semana com você e sua comitiva, e claro, com toda a galera que estava lá no Rastro esse final de semana, foi um imenso prazer te conhecer, e com você aprender que dificuldades é para os fracos, muitos arrumam desculpas para não sair de casa enquanto você, mesmo com sua deficiência procura motivos para não ficar em casa e sair para viver e fazer o que gosta.

Dificuldades existem sim, são difíceis de supera-las, e muito, mas vale a pena sofre-las, pois se não tivesse as sofrido, não teria estado onde você está hoje! Grande Abraço e que venham mais cadenas e evolução...

Agradeço a todos que estiveram lá, e ao casal Vitor e Maria Célia, proprietários do Abrigo Rastro de São Pedro, com o grande apoio e receptividade de sempre...

Até a próxima e boas escaladas.







  




sábado, 24 de agosto de 2013

Resultados de um treinamento levado a serio te leva a fazer coisas serias..

Sempre que passo o final de semana em Arcos, cada vez, mais eu fico impressionado com as vias e os setores que exitem por lá, e sem falar no enorme potencial que tem na região,nos 3 finais de semana passado eu estive lá, e deu para aproveitar bastante.
Na verdade gostaria de passar essa temporada fazendo os projetos de parede que tenho traçados e visualizados sempre quando mentalizo uma escalada que ainda não fiz, pois é temporada e projetos de escalada esportiva dá pra mandar no verão, escolhendo uma via que faça sombra em alguma parte do dia. Na minha mente já encadenei o Atalho do diabo no corcovado (8º Xa) varias vezes minha mãe não curtiu muito o nome da via quando eu disse pra ela..rsrs, confesso que eu também não, mais a linha da via é perfeita, vale todo o esforço pra chegar naquele Headwall , já mentalizei a noite no platô da Place of Happiness (8º IXa, 850m ) na Pedra Riscada, passando por aquele diedro magnifico – Sempre me mentalizo guiando, logico,rsrs, sei que em um futuro bem próximo eu vou repetir a via e sabe lá qual enfiada vai cair na mão?!?...
A única coisa que deixa o processo lento de realizar uma via mais comprometida é que existem uma serie de procedimentos que precisam ser levados em conta na hora de partir para uma escalada tão seria. O que levar de equipo? Quantidade de água, rango? Escolher os parceiros mais habituados em escalar paredes e esportivas e que estejam na vibe de passar o perregue com você, sem falar no dia a dia de quem precisa trabalhar durante a semana e tentar fazer um projeto tão rápido, contando com o tempo de viajem, fica apertado em um final de semana, tudo tem que dá certo para conseguir fazer o tão almejado cume ( sem mutretar na via, ou mutretar de segundo..rsrs ).

Consegui nessa “temporada” realizar a Raja 7º VIIIa 600mt uma das vias que eu já mentalizava, na pedra do elefante Taquaril – Petrópolis, no Rio de Janeiro com o Pedro Henrique atleta Onblx de Friburgo – Rj. Foi irado e do jeito que eu mentalizava a escalada antes (só não guiei tudo, rs, mais adivinha quem pegou VIIIa, - Mentaliza não pra ver??). Sempre digo que metade do seu sucesso já está garantido se você acreditar no seu sucesso, e não deu outra, depois de mais ou menos 8 horas de escalada, e quase 3 horas rapel, chegamos ao chão com o cair da noite, como eu abri os rapéis usei a lanterna já no ultimo rapel, já o Pedrinho nem precisou. Chegamos no Abrigo e encontramos com a galera pra dividir toda a nossa emoção e felicidade que tomava conta de nós, valeu pela energia boa Edu R.C que estava lá com um casal de alemão, “deu queijo pra nóis” e tinha um rango que o Alemão fez, tradicional na sua terra natal, bem parecido com anti-pasto, chamado Iouquefizh,(eu que fiz em Português) tinha uma mais uma garota que estava lá, que não me lembro o nome, Sorry, mais valeu pelas fotos e pela vibe.

Eu e Pedrinho na esquerda na P6.

Depois de uma merecida e boa noite de sono, levantamos na manha seguinte e fomos para a via Jogue as suas Tranças 7 IXb ? 120 mts, acho que ainda está sem cadena, tem um crux muito técnico e forte, qua acho não tenho certeza se alguém já liberou, sendo possível fazer em A0, somente no crux, uma via de parede totalmente esportiva de 3 enfiadas, linda, recomendo a todos que gostam de falésia nas alturas. A via inteira é uma grande chorreira da base até a sua terceira enfiada, depois dali encontra com uma outra via ainda não foi finalizada. Depois, dois rapéis curtos e está de volta na trilha, é possível rapelar da terceira enfiada para outra via como é possível ver na foto a terceira enfiada é uma grande chorreira em diagonal. A chorreira de baixo é uma via nova que não sei o nome, mais tem no croqui do Abrigo do Elefante, parece ser um 7b nosso de parede..

Eu me preparando para guiar a terceira enfiada da via Jogue as sua tranças e Pedro Henrique na seg esperta..


Bom Voltando a Arcos, no primeiro final de semana, me fartei de escalar, vários oitavos a vistas e alguns saíram no segundo pega, alguns oitavos exigentes, como a Confusão Mental 8c (7b+) fr, já no final do dia. E no dia seguinte, mandei um dos projetos que já tinha traçado como meta, a via rastro de são pedro, cartão de visita para os escaladores mais resistente, tive a felicidade de colocar mais essa via no caderninho, uma via que tem pouca ascensão, pois realmente é uma via bem forte, e que exige uma certa fluidez nas passadas. Acho que está cotada em 9b brasileiro (7c+ )fr ( tem vias para todos os níveis, para iniciantes até projetos sem First Ascent (FA – Primeira ascensão ou Cadena, “Sortudo pra quem ver, sofrido pra quem manda” ), tem vias para as crianças, e até mesmo pra levar a gatinha pra passear, banho de rio, cavernas e trilhas, andar de bike, tudo isso dá pra fazer em Arcos. Tem bastante Oitavo Gau Brasileiro (7a – 7b+)fr pra quem domina esse grau se farta mandando a vista, e pra quem quer dominar o grau também tem vias a vontade pra escolher a batalha.

Já no segundo final de semana, queria experimentar algo novo, e deixar o misterioso projeto Flutuância da Crocância ainda mais pra frente, então resolvi entrar em todos os oitavos e sétimos que ainda não tinha feito. Entrava frenético em qualquer via que eu achasse interessante, rendeu, fiquem bem aclimatado com o estilo de escalada em Arcos, por mais que seja Calcário as vias de lá são bem características da sua formação rochosa, algumas vias lembra o bem cipó, que é o mesmo tipo de rocha.

Via Rastro de São Pedro 9a/b (7c/ 7c+)fr




Ainda no segundo final de semana vi uma via nova que o Eustáquio Júnior (Peixe), abriu perto do setor da bom dia. Uma linha que começa em pequenos regletes, bem técnica a saída da via, alternando em agarras maiores e regletes até virar uma fenda onde os estalamentos são o incio do crux, uma beliscada no mono dedo, e um tapa de esqueda no agarrão, descansa respira, mais algumas passadas de entalamento, belisca no relgete e mais um tapa só que de direita no agarrão, ai sim...relaxa respira costura e escala mais uns 7 metros passando por alguns pequenos tetos tranquilos até as chapas com argola. Essa via chama-se jogo de cintura, 9b (Hard ) Brasileiro, (7c+)fr

Mais isso foi isolando, a cadena mesmo veio no terceiro final de semana que voltei no pico, fiz um treino mais leve durante a semana para guardar forças e músculos para a via, já cheguei no pico entrando na Rastro para Equipar para o Wellyson (Somá ) que está tentando a cadena..
Quase mandei de novo a via na cadena, cai de bobeira praticamente no top, onde já era agarrão, são truques do calcário escorreguento..rsrs. Depois de equipar a rastro, já fui direto equipar a via Jogo de cintura, equipei a via, ensaiei os movimentos mais factíveis para mim, e na metade do dia entrei na via e isshplau...Mandei... Foi a Segunda ascensão dessa magnifica linha. a primeira ascensão foi o Calango, segundo os escaladores locais..Parabéns



Agradeço sempre o apoio, das pessoas e amigos, que nos motivam sempre a evoluir cada vez mais. É a energia boa da galera na base que meu empurra pra cima...

Do Rio de Janeiro até ao pico são aproximadamente 560km, o melhor caminho é pela 040 – sentido BH, no trevo da cidade de Barbacena, entrar sentido a Tiradentes – Br 265, seguir pela Br 265 até a rodovia Fernão dias, Br 381 nessa rodovia seguir sentido a Belo Horizonte por uns 20 km até o trevo de perdões e seguir para a br 354 sentido formiga, e logo depois Arcos.

Já pra quem vem de são paulo é só fazer o trajeto apartir da Br 381, Fernão dias...

já não vejo a hora de retornar, e começar a mexer no projeto ainda sem FA...

Até a próxima trip...

Boa escaladas!

Sérgio Ricardo

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Pbolt – andamento dos testes

Saudações Amigos,

Começo esse post agradecendo a comunidade escaladora e especialmente você que está lendo este post agora, sem a energia de vocês eu já teria parado no segundo grampo, sempre que parto pra cadena de alguma via eu tento trazer a confiança do meu segurança para mim, para que eu possa escalar confortável e confiante de passar o crux, e é dessa forma que tenho feito em relação ao Pbolt.

Como eu tinha dito antes, os resultados dos testes só aparecerão com a ajuda da própria comunidade escaladora, fiz alguns grampos e distribui para algumas pessoas que respeito muito dentro do esporte de escalada e tenho certeza de que serão testados da melhor maneira possível, peço para que filmem os testes e publiquem na Fanpage do Pbolt no Facebook. Para quem instalar o grampo na rocha para testes, peço para que estudem outras formas de técnicas de escalada usando fitas no tarugo equalizando no olhal, tenho certeza de que um leque de oportunidades e ideias aparecerá.

Esta semana estamos organizando o teste de arrancamento em tetos, na UFLA. Sim, o teste de arrancamento em teto já está em andamento. A prova de teste está pronta para ser colocado na máquina.
 Não é para saber se o Pbolt supera qualquer outras proteções fixas que existem, mais para saber o quanto ele aguenta em relação a carga. Ainda estou procurando parceria para os testes de cisalhamento e tração em outras direções. Quem puder ajudar entre em contato.

Ótima semana e boas Escaladas.

Sergio Ricardo

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Quanto às proteções fixas, a recomendação da UIAA é de 2500kgf,
Ué!! Grampo P suporta apenas 1500kgf...

Salve amigos do climb!!

Gostaria de agradecer a diversas pessoas que vem me apoiando e me incentivando a levar o Pbolt adiante.

Para idealizar um grampo que realmente atendesse o que tem que ser seguido em questões de ÉTICA e SEGURANÇA, tive que suar a camisa e estudar bastante. Foram várias tentativas até chegar ao Pbolt.

Pensei em vários designs. Claro que o que me veio na cabeça primeiro foi tentar fazer um grampo inteiro e entortar a ponta dele até que a ponta encostasse no seu corpo e reforçar com solda, rsrsrs... Meu irmão, tenta entortar uma barra de aço ½” (meia polegada)! Claro que desisti na primeira marretada, rsrs, a ponta do aço deu uma ligeira empenada, ali mesmo já vi que não seria simples melhorar o Grampo P. Existe a técnica de Austêmpera, é uma forma de tratamento térmico de têmpera indicada para aços de ALTO TEOR DE CARBONO, obtendo-se ao final do processo um material com DUREZA MAIS BAIXA.

Para aço 1020, essa técnica já compromete a credibilidade do aço por conta de seu baixo teor de carbono, já o aço 1045 pode ser temperado e beneficiado, porém essa é uma técnica que exige uma certa arte. Tentei entortar o aço 1020 fazendo uma espécie de ferramenta para entortar o aço usando alavanca, ( ahh garoto esperto..), Véio, na boa!!...desiste de entortar isso. Pensei: “Acho que vou fazer grampo a moda antiga, barra de meia e olhal de 3/8 soldado, e pronto, todo mundo usa desse mesmo, assim posso vender pois o grampo é comercializado normalmente e abrir minhas vias com meus próprios grampos!!” Foi desse pensamento que milhares de perguntas me vieram à cabeça.

Se eu quero fabricar grampos, porque fazer igual aos outros sabendo que esse não é o tipo de proteção fixa mais indicado para escalada? E a segurança, já que sabemos que o grampo não aguenta mais que 1500kgf?* Pra que fabricar? Porque não fazer algo que seja seguro e comercializar um produto que futuramente possa ser certificado?

O grampo P até certo ponto é seguro, mas fizeram testes e viram que são mais fracos que as chapeletas, então porque ele é liberado em mercado para escalada? Por que as lojas e os próprios escaladores comercializam um produto que não é certificado e que colocado à prova não chegou nem perto do que a UIAA exige como um padrão?

Não estou dizendo que os grampos usados na escalada não são dignos de serem usados, prefiro muito mais um grampo do que uma chapeleta. Um dos maiores problemas que estão sendo encontrados nos grampos é que existem muitas pessoas fabricando grampos, alguns de qualidade e outros já nem tanto. Também não estou dizendo que o P distribuído largamente no Brasil deverá ser parado de usar, quem sou eu pra dizer isso? Eu mesmo uso qualquer tipo de proteção, grampo P, chapeleta, o importante é as proteções estarem bem instaladas.

Se ao rapelar em uma chapeleta, você constatar que tem uma porca, já pode ficar ligado, quem instalou essa proteção não colocou parabolt expansivo, usou os spits. (abaixo tem uma explicação sobre parabolts expansivos e spits). Agora se tiver um parafuso prendendo a chapeleta pode rapelar com um caminhão nas costas que ela aguenta, pois esse tem parabolt expansivo.

Temos também chapeletas sendo fabricadas no Brasil, algumas vem com suas especificações e marcas, e outras vem lisas. Outro problema de segurança que vejo nas chapeletas são as argolas, que tem a sua junção soldada. A resistência das chapeletas com argola é de 1800kgf, isso dito por fabricantes que testaram o seu produto. Tem chapa sendo fabricada no Brasil e indo direto para a mão do escalador, e aí, vai confiar na solda do olhal como? Quanto às proteções fixas, a recomendação da UIAA é de 2500kgf, independente de ser parada ou não.

Agora se liga na questão: a UIAA é a organização que representa os interesses de alpinistas ao redor de todo o mundo, a organização atualmente agrega 88 associações integrantes de 76 países diferentes, sendo todas de importância nacional. A UIAA possui sede em Berna e é reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional como a entidade máxima a nível global em relação ao alpinismo. Se essa entidade recomenda que as proteções fixas de escalada devem suportar 2500 kgf, então porque usar proteções fixas que estão abaixo do que é recomendado por essa entidade de grande respaldo? Será que o esporte precisa de uma organização melhor em relação a segurança de proteções fixas no Brasil?

As respostas para essas perguntas é bem simples, BOM SENSO, vou explicar melhor.
Seguindo o raciocínio da pior queda, dentro do padrão UIAA para cordas dinâmicas, a maior força permitida no corpo do escalador é de 1200kgf, o que resultaria na última proteção uma força de 2400kgf. O Grampo P soldado aguenta 1500kgf, isso é o valor de ruptura (quebra do grampo). Em uma chapeleta ainda dentro desse raciocínio, tem uma margem de segurança de 100kgf. E o bom senso? É seguido da seguinte maneira:

Se o corpo de um escalador aguenta até 1200kgf, significa que você se quebra e o grampo apenas entorta, é difícil acontecer uma queda que passe de 600kgf por isso não se segue a recomendação da UIAA. Em relação aos equipamentos, a própria corda suporta até 1200kgf (isso depende do fabricante) e o equipamento móvel suporta até 1400kgf. Tudo isso é bom senso, pois toda a força de impacto é absorvida entre Bauderier, corda, costuras, fitas, mosquetões e grampos.

As chapeletas realmente são mais seguras em termos de especificações e normas, mais nos pegam onde somos mais fracos, na falha humana, isso ninguém está livre. Por isso sempre atenção na hora de realizar o procedimento de descida.

Mas também as chapeletas não são a inovação técnica em proteções fixas, as chapeletas não vem com Parabolt, e isso faz com que muitas pessoas comprem chumbadores do tipo spits sendo que o recomendado pela UIAA são os chumbadores do tipo expansivo.

Existe dois tipos de chumbadores que são eles:

Parabolt tipo Spits: ( não recomendado)



Parobolt tipo expansivo: (recomendado)



Bom, depois das tentativas de entortar o aço, resolvi colocar a cabeça para funcionar, e me veio a ideia de desenvolver um grampo que fosse seguro como as chapeletas em questões de especificações e normas, e tivesse a segurança do grampo P de efetuar um rapel e ter mais espaço para manusear mosquetões e fitas.

Veio a ideia de fundir um olhal com parabolt e aos poucos fui descobrindo algumas de suas vantagens em relação às chapeletas e aos Ps. São elas:

Pbolt Vantagens
Pbolt desvantagens
Grampo P vantagens
Grampo P desvantagens
Chapeletas vantagens
Chapeletas desvantagens
Já vem com parafuso e Parabolt expansivo


Possível rapelar diretamente pelo olhal
Difícil instalação( tem que marretar )
São homologadas
Não é possível rapelar direto pelo olhal, sendo necessário o abandono de equipamentos, manobra que não aceita erros pois é fatal
Possível rapelar diretamente pelo olhal

Mais barato

Suportam o que é recomendado pela UIAA 2500kgf
São mais caras, e não vem com parabolt.
Fácil de instalar e Fácil manutenção, é possível fazer toda a remoção do Pbolt e aproveitar o mesmo furo (mínimo impacto)

Fácil visualização em caso de corrosão
Manutenção complicada, as vezes é preciso quebrar o grampo velho e fazer um novo furo na rocha.
Fácil de instalar e fácil manutenção, mas não é possível reutilizar o mesmo furo na maioria dos casos
Difícil identificar corrosão,
Fabricado por Máquinas, passa por uma inspeção de qualidade usando ferramentas de medição, (Paquímetro Digital e calibradores)


Contem solda

não é possível reutilizar o mesmo furo depois de uma manutenção, se o bolt estiver ruim é preciso um novo furo na rocha
Fácil visualização em caso de corrosão







Eu não sou orgulhoso, mas não descobri nenhuma desvantagem em relação ao Pbolt, a não ser a falta de testes. Eu tenho certeza que nessa configuração o Pbolt vai superar as chapeletas, só precisamos dos testes em Laboratório para saber qual a sua carga de ruptura.

Estamos vendo uma cultura que não estamos acostumados se instalando aos poucos em nossa escalada, como os “Grampos colados”, claro que cidades onde a maresia é um dos grandes vilões para as proteções fixas, merecem grampos mais resistentes, mas podemos criar as nossas próprias alternativas para isso, sem recorrer a uma cultura estrangeira, nós temos a nossa cultura de usar Grampos Ps, inventado por um Brasileiro muito antes de terem sido inventadas as chapeletas e agora temos mais uma alternativa de cultura própria, um melhoramento do que já era bom.

Quero aproveitar para fazer um apelo, tenho recebido mensagens de pessoas que querem saber como eu faço o Pbolt. Galera, o Pbolt é usinado, quero deixar bem claro isso. Pesquisem o que é usinagem nos buscadores, melhor ainda se for youtube. Copiar é fácil, se quer fazer faz melhor tentem melhorar o Pbolt, e não copiar, como eu disse, teve estudo no projeto do Pbolt, tem que seguir uma ÉTICA. Não é sair pegando qualquer olhal e parafusando na rocha, queremos vias sim, mais a ÉTICA e o MÍNIMO IMPACTO são importantes e precisamos seguí-los.

São 100 anos de montanhismo, 100 anos de cultura genuína, que pode se perder em chapeletas e grampos químicos. Só depende de nós.

Claro que às vezes é melhor aceitar o que temos do que tentar inventar, garanto que hoje é muito melhor escalar com corda dinâmica do que com corda de sisal. Quero ver se alguém tem coragem de olhar pra sapatilha e dizer: Ah, hoje eu vou escalar com bota sola de pneu!!rsrs.


Mais uma vez MUITO OBRIGADO PELA FORÇA E ENERGIA QUE VENHO RECEBENDO DA GALERA.

Abraços e Boas Escaladas

Sergio Ricardo

Estudo sobre as Proteções Fixas Utilizadas no Brasil (Grampos), Marcelo Roberto Jimenez e Miguel Freitas, projeto do Curso de Formação de Guias (CFG 1998-1999) do Clube Excursionista Carioca.